Em setembro de 1956, saia da linha de produção da
Mercedes-Benz o primeiro caminhão feito no Brasil. O modelo tinha um cofre de motor projetado para frente e afilado, que remetia a um projétil. Por isso, logo ganhou o apelido de “Torpedo”. Estamos falando do
L-312, cujo motor de seis cilindros em linha e com injeção indireta de diesel gerava 100 cv de potência. De acordo com a Mercedes-Benz, a capacidade de carga útil era de até 6 toneladas.
Desde o lançamento do Torpedo, há 67 anos, a tecnologia empregada nos caminhões avançou exponencialmente. O
Estradão conversou com o time de engenharia da Mercedes-Benz para saber quais são esses itens que eram utilizados no L-312. Bem como nos demais caminhões de antigamente, mas que já saíram de uso e foram ultrapassados.
Cabine bicuda
Na época do lançamento do L-312 até o fim dos anos 1990, o mais comum eram os caminhões com cabine bicuda. Em geral, tinham desenho mais curto e angular. Em seguida, a partir do começo dos anos 2000, a Mercedes-Benz e outras montadoras passaram a oferecer modelos com cabines estendidas. O objetivo foi proporcionar mais conforto aos motoristas, sobretudo em viagens de longa distância. Com a cabine estendida, foi possível acomodar uma cama.
Da mesma forma, permitiu criar até espaços adicionais. Contudo, para um transporte mais eficiente, atualmente os caminhões utilizam cabine avançada. Assim, oferecem uma plataforma maior de carga. Além disso, a legislação limita as dimensões de para-choque a para-choque.
Painel analógico
Antigamente, os painéis tinham poucas informações e funções. Essa peça evoluiu muito na comparação com modelos antigos. Os de agora contam com tecnologia digital, como telas de alta resolução que substituem os medidores analógicos dos caminhões mais velhos. Dessa forma, oferecem uma variedade de informações de maneira clara e precisa.
Seja como for, os painéis digirais também têm conectividade. Portanto, contam com sistemas de entretenimento e navegação. Isso permite que o motorista acesse informações em tempo real. Os painéis atuais contam ainda com uma variedade de sensores. Esse é o caso dos sensores de obstáculos e de visão traseira.
Banco reto
O conceito na época era de um banco reto. Ou seja, sem contornos ou ajustes ergonômicos. Assim, era chamado de reto porque não tinha curvas ou apoios laterais que “abraçassem” o corpo do motorista. Além disso, oferecia pouco estofamento. E não tinha capacidade de ajustes de altura, inclinação ou apoio lombar. Assim, o conforto era limitado.
Atualmente, o banco do motorista é anatômico e com revestimento de tecido. Conta com apoio de cabeça, cintos de segurança integrados ao banco traseiro e oferecem muita ergonomia. Bem como tecnologia integrada, como airbags para proteger os ocupantes de colisões.
Câmbio manual
Na época do Torpedo, um caminhão normalmente tinha câmbio manual com 4 ou 5 marchas. Isso exigia mais esforço do motorista nas trocas. Atualmente, os caminhões modernos contam com mais marchas, de 6 até 18 relações. Isso fornece ampla variedade de marchas para a transmissão. Assim, é possível se adaptar a diferentes situações de condução e cargas.
Além disso, os caminhões modernos oferecem a opção de câmbio automatizado. Ou seja, nessa configuração, há a combinação das características de um câmbio manual com as de um automático. Em um câmbio automatizado, as trocas de marcha são feitas mecanicamente, mas sem a necessidade de um pedal de embreagem ou de intervenção do motorista nos engates.
Direção mecânica
Sem assistência, a direção de um caminhão gerava um grande esforço em manobras e na condução do veículo. E não bastasse isso, os volantes de direção eram grandes e duros. Atualmente, há o sistema de direção hidráulica ou elétrica. E os volantes tiveram seus tamanhos reduzidos, como em um automóvel. Ainda sobre os volantes, hoje são multifuncionais para navegação no quadro de instrumentos, controles do sistema de som e até celulares.
Tanque de aço
Antigamente, o tanque de combustível de um caminhão era feito com chapa de aço. Mas depois a indústria descobriu que os feitos de alumínio são melhores em vários aspectos. Para começar, são mais leves e, portanto, adicionam menos peso aos caminhões. E isso resulta em economia de combustível. Outra vantagem é que apresentam maior resistência à corrosão quando expostos ao ambiente externo. Isso é importante porque tanques de combustível estão sujeitos a condições climáticas diversas. Os de aço podem corroer com os anos e favorecer vazamentos. Por causa da resistência à corrosão, o tanque de alumínio também exige menos manutenção.