A renovação de frota é cada vez mais urgente para melhorar a condição do transporte do autônomo. E isso inclui aumento da capacidade produtiva, redução de despesas, acidentes, seguros e a colaboração com o meio ambiente. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, a frota circulante nacional é composta por mais de 40% de veículos com mais de 20 anos de uso, sendo que grande parte desse contingente está nas mãos de autônomos.
Outro ponto importante da renovação de frota é que com os caminhões cada vez mais evoluídos e tecnologias embarcadas, o transporte caminha para a eficiência em relação a consumo de combustível, segurança, redução de emissões. Portanto, é preciso uma solução eficaz e permanente para retirar de circulação os veículos que comprometem todas essas metas.
Mas como fazer isso? Afinal, se a grande maioria desses veículos estão nas mãos dos autônomos é preciso pensar em um programa realmente atrativo e funcional que atenda as necessidades desses profissionais e os ajudem renovar a idade do seu caminhão.
No ano passado, o Governo Federal lançou um Programa de Renovação de Frota e disponibilizou R$ 1 bilhão. Desse total R$ 700 milhões foram destinados para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus, com descontos que variavam de R$ 33 mil a R$ 99 mil para a renovação. Um pouco antes de finalizar o prazo do programa, o vice-presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckimin, sinalizou para a possibilidade de tornar o programa permanente.
A emissão de um caminhão Euro 6 é 95% menor em relação aos caminhões antigos. Portanto, um programa de renovação é importante para a descarbonização, qualidade do ar, meio ambiente e segurança.
Para Silvio Kasnodzei, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), esse programa é necessário, pois o Brasil tem uma frota altamente poluidora e que coloca em risco a vida de todos os usuários de rodovias. “Apesar de urgente, é preciso reformular o programa para funcionar. Tenho acompanhados as federações do Paraná, São Paulo, Minas e percebo um envolvimento grande em um novo projeto”, disse.
Devido a urgência, Kasnodzei, acredita em uma predisposição grande para que seja implementado o mais breve possível. “Acreditamos que esse projeto vai dar certo se o processo de renovação for feito de maneira gradativo. Afinal, é inviável um autônomo receber pelo seu caminhão R$ 70 mil e comprar um novo que vale R$ 700 mil. O ideal é trocar um caminhão “muito velho”, por um “menos velho”. Assim, o autônomo que tem um caminhão com 20 anos de uso passa para um de 15 anos de uso”, explicou.
Kasnodzei acredita ser necessário o envolvimento dos grandes frotistas afinal, eles ficam no máximo entre três e cinco anos com os veículos e depois iniciam o processo de reposição. E nesse momento, esse frotista ganha o benefício de adquirir um mais novo e repassa o veículo para outro que tenha um caminhão com 10 anos de uso e assim por diante.
“Então temos que fazer um planejamento de substituição em cadeia. É um processo lento e que exige também planos de financiamento atraentes para que o autônomo consiga dar a entrada com o valor recebido pelo caminhão e financie o saldo com parcelas e condições que caibam dentro do seu orçamento. É preciso que toda a cadeia – seja frotista, montadora, governo, financeiras – esteja envolvida”, destacou.
Ainda não existe uma data certa para esse Programa de Renovação de Frota, porém, de acordo com Kasnodzei, o programa não está parado e tem grandes chances de acontecer porém, ele ressalta a importância de ser estudado para poder atender de maneira eficaz todos os envolvidos.
Fonte: O Carreteiro