12 de julho de 2024 -

Dia do Caminhoneiro: 21 anos percorrendo estradas de todo o Brasil

O rio-pardense Arlei Rosa Teixeira, de 40 anos, compartilhou sua paixão e trajetória na profissão

Neste 30 de junho, é comemorado o dia dos profissionais que transitam pelas estradas de todo o Brasil, transportando produtos e mantendo o país em movimento. O rio-pardense Arlei Rosa Teixeira, de 40 anos, compartilhou sua paixão e trajetória como um caminhoneiro.

Arlei iniciou sua carreira em 2003, trabalhando com caminhões na lavoura. Durante seus 21 anos de trabalho, já passou por transporte de bois, colaborador de uma transportadora, onde trabalha atualmente, e até mesmo empresário. Em 2018, Arlei decidiu comprar seu próprio caminhão. No entanto, após tentar por um tempo, optou por vender o veículo e retornar ao trabalho como funcionário de empresa.Di

Durante sua trajetória de mais de duas décadas, o caminhoneiro já percorreu diversos estados brasileiros, incluindo Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará.

“Todo dia você vive uma coisa diferente, amizades. Você ganha e também perde muita coisa. Você vê muita coisa ruim, como também vê muita coisa boa. Você tira um tempo para conversar com os outros caminhoneiros. É muita história, a troca é muito grande. Você vive outra vida”, relatou.

A paixão pela profissão foi herdada do pai, Arli de Oliveira Teixeira, também caminhoneiro, que começou sua vida entregando ranchos e depois se dedicou ao transporte para empresas. Hoje, com 76 anos, Arli está aposentado, mas sua história ajudou a construir a vida do filho. “Meu pai viveu a vida toda encima de um caminhão. Desde pequenininho, que eu caminhava, eu falava que queria ser caminhoneiro”, disse.

O homem é apaixonado pela estrada, mas afirma que não é uma profissão fácil. “Sou apaixonado pela profissão, sempre fui. Tem que ser porque a troca é muito grande. Por um pouco mais de dinheiro, tu tem que trocar estar com os filhos, o convívio com a família, ver a vida passar, você vê de outra forma”, explicou.

O caminhoneiro é marido de Joseline Teixeira e pai de dois meninos de 9 e 13 anos, Pedro e Mateus. Segundo ele, sua esposa é um dos grandes pilares que o ajuda a manter a rotina corrida da vida.

“A minha esposa é guerreira. Eu tenho dois filhos pequenos, um é autista. Eu tenho que estar sempre trabalhando e faturando. Quando comprei o caminhão foi para dar um futuro melhor para os meus filhos, mas acabava fazendo muita coisa, eu não vivia com eles, então não adianta. […] Criar os filhos sozinhos não é fácil. É problema em escola, vizinhança, parente, tudo. Geralmente a mulher está sozinha com os filhos. Eu volto, mas não é que igual estar em casa todos os dias”, afirmou.

Para Arlei, ser caminhoneiro é motivo de orgulho e respeito. Para ele, o carinho que recebe em cada lugar que visita é o que o motiva a continuar. “Eu sou orgulhoso em ser caminhoneiro. Sinto prazer em fazer o meu chimarrão, cuidar o caminhão. Sempre fui assim, sempre gostei de viajar, escutar o motor trabalhando, passar as marchas certas, fazer uma manobra bem feita. E chegar nos lugares, ver as crianças abanando, dá uma satisfação muito boa, um olhar de respeito. […] Isso tudo me fez ser caminhoneiro, queria pilotar uma máquina e viajar pelo Brasil”, salientou.

No entanto, ele também ressaltou que há os desafios da profissão, como a falta de recursos nos postos de parada, a sinalização inadequada nas cidades e a desvalorização dos profissionais.

Fonte: Portal Arauto