9 de maio de 2023 -

Insegurança e mão de obra não qualificada são motivos para defasagem de caminhoneiros em MS

Diante da atual defasagem de motoristas de caminhões em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado lançou ontem (2) o programa “Voucher Transportador” que vai beneficiar mil motoristas com qualificação e custeio da habilitação “D” e “E”.

Para o diretor-presidente da Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado de MS), Cláudio Cavol, a insegurança e a falta da mão de obra não qualificada são os principais pontos que contribuem para a atual conjuntura do segmento.

“Mais de 70% das transportadoras têm falta de mão de obra e isso se torna uma coisa muito perigosa. O pequeno transportador é aquele que tem dois ou três caminhões no máximo. Ele acaba pegando uma mão de obra não totalmente qualificada e isso traz muita insegurança nas nossas estradas, gerando acidentes gravíssimos. Nós percebemos que esse motorista não tem experiência de vida para estar conduzindo um caminhão tão grande”, detalha em entrevista ao Giro Estadual de Notícias nesta quarta-feira (3).

Para o diretor-presidente da Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado de MS), Cláudio Cavol, a insegurança e a falta da mão de obra não qualificada são os principais pontos que contribuem para a atual conjuntura do segmento

Boa fase para os caminhoneiros. Boa fase para o Brasil – Segundo Cavol, com a melhora do ambiente econômico de dois anos para cá, a situação para os motoristas tiveram bons resultados.

“Felizmente, o agronegócio tem respondido forte a um aumento de produção e isso faz com que o transportador de cargas e também os caminhoneiros tenham uma renda um pouco melhor do que tinha alguns anos atrás. Nós temos também as outras regiões que estão progredindo economicamente. É um grande orgulho trabalhar aqui e no setor de transporte e não poderia ser diferente”, ressalta.

Greve? Nem pensar – Em 2018, a população sentiu o impacto da importância dos trabalhadores com a paralisação que durou 10 dias. Na época, o então presidente Michel Temer (MDB), foi alvo de críticas dos trabalhadores por conta de aumento no valor do óleo diesel.

Naquele ano, rodovias de todo o País ficaram paralisadas, além de áreas estratégicas, como o entorno de refinarias da Petrobras e o Porto de Santos, dificultando ainda mais o fluxo de produtos. A greve de 2018 durou 10 dias, entre 21 e 30 de maio. No seu auge, a paralisação atingiu 24 estados e o Distrito Federal.

Conforme Cavol, é necessário uma economia em desenvolvimento para que novas situações como aquela não aconteça novamente. “Nós precisamos de uma economia em desenvolvendo, assim como acontece hoje em Mato Grosso do Sul. Porém, há regiões em que isso não acontece, principalmente no Nordeste, que infelizmente não acompanha esse crescimento. Lá geralmente tem esse tipo de rumor. Não há o menor vestígio de que haja qualquer ideia de paralisação nesse momento”, ressalta.

Salário, ok! Mas há outras demandas – Apesar da boa fase na economia, o diretor-presidente da Setlog/MS confirma que a busca por melhorias no trabalho continua e uma das principais demandas da categoria é a saúde e segurança para os familiares.

“Tem motoristas que ganham até R$ 10 mil por mês… É um salário bom. Eu percebo que neste primeiro momento não é mais o salário, apesar de que todo mundo quer ganhar melhor, mas sim a questão da segurança, saúde da família que fica esperando em casa. Isso é uma necessidade que ainda não está muito bem estabelecida, muito bem conduzida pelas autoridades e, enfim, pelo nosso país”, diz.

Voucher Transportador – O Plano Estadual de Qualificação Profissional vai contribuir com os trabalhadores para obtenção de melhores empregos, para criar novas oportunidades e aumentar a renda de profissionais, promovendo assim a inclusão social e redução da pobreza.

“Essa medida em parceria com o Sest Senat, consiste nisso, em que o motorista profissional de categorias A, B e C possam trocar para outras categorias, D e E para que possa conduzir esses caminhões de maior porte, mas totalmente treinados pelo Senat […] Todos os cursos que compõe uma gama de cursos que compõe para que esse motorista esteja realmente preparado para assumir um caminhão de grande peso em nossas estradas”, detalha.

Além do Voucher Transportador, estão entre os projetos iniciais o “Voucher de Desenvolvedor de Sistemas” para programadores de software, qualificação para mulheres na fronteira, programa para pessoas com deficiência, busca ativa de trabalhadores que estão desempregados, qualificação rápida em massa, e qualificação para setor hoteleiro, entre outros.

FONTE: https://www.acritica.net/editorias/economia/inseguranca-e-mao-de-obra-nao-qualificada-sao-motivos-para-defasagem/662890/