O último anúncio feito pelo Governo do Estado de São Paulo com relação à aprovação de recursos para a infraestrutura e recuperação de estradas e rodovias do Brasil trouxe perspectivas positivas para alguns setores, como o transporte rodoviário de cargas (TRC). Isso porque, historicamente, a falta de investimentos na malha rodoviária do país sempre foi uma das constantes preocupações do segmento.
Em recente pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi apontado que o estado geral das estradas e rodovias brasileiras piorou em 2022: dos 110.333 quilômetros avaliados, 66,0% foram classificados como regular, ruim ou péssimo, o que prejudica em muitos aspectos, não só o transporte no modal rodoviário, mas também o trânsito diário.
O Brasil conta, hoje, com 1,8 milhão de quilômetros de rodovias, sendo a manutenção de 146 mil deles responsabilidade dos governos federais e estaduais. Além disso, a malha rodoviária do estado de São Paulo é uma das mais importantes do país, por onde são transportados mais de 75% da produção brasileira, conforme pesquisa dos Custos Logísticos divulgada pela Fundação Dom Cabral, em 2022.
“Apesar de o Estado de São Paulo ter uma das melhores malhas rodoviárias do Brasil, os investimentos não podem parar e precisam abranger todo o país, tendo em vista que muitas operações percorrem grandes distâncias”, aponta Gislaine Zorzin, diretora administrativa da Zorzin Logística.
Embora o setor já possa vislumbrar uma grande melhoria com os investimentos destinados às obras de recapeamento, de manutenção e de sinalização em trechos importantes para o trânsito de veículos, principalmente dos pesados, a continuidade do trabalho precisa ser mantida com mais frequência, priorizando o fortalecimento do uso de recursos já existentes para as obras no país, evitando que os desgastes sejam constantes e que possam ser solucionados com mais rapidez.
“Os benefícios que vêm atrelados à recuperação das rodovias são muito maiores do que só a agilidade no transporte. Os pneus, por exemplo, são custos extremamente altos para as transportadoras e são afetados pelas estradas esburacadas. Portanto, para ser possível manter em um tempo médio a manutenção dos veículos e evitar o desgaste precoce de pneus e componentes, o trabalho de estados e municípios precisa estar alinhado a essa necessidade”, complementa Gislaine.
Além desses investimentos voltados à infraestrutura, o governo também tem incentivado o uso de tecnologias para melhorar a gestão das rodovias, como a implementação de sistemas de monitoramento e de controle de tráfego para reduzir os impactos ambientais.
“Dentre tantos benefícios com esses investimentos, é possível notar também uma melhor estruturação no entorno das rodovias nos postos, pontos de paradas e, consequentemente, leva novos negócios para as redondezas, o que auxilia e muito o transportador e a infraestrutura para esses profissionais ao realizarem suas operações”, indica Zorzin.
Dessa forma, o transporte no modal rodoviário visualiza boas perspectivas para o futuro do setor com tais investimentos. “Todas as solicitações e análises do TRC sempre foram altamente trabalhadas pelas transportadoras e entidades do setor junto aos órgãos competentes. Com isso, por se tratar de um dos modais mais importantes para a economia do país, as novas tecnologias que estão abrangendo o segmento só têm a agregar em seu desenvolvimento”, finaliza a executiva.