19 de julho de 2024 -

Pedágio em rodovias alternativas devolve milhares de caminhões à BR-163

Cobrança na BR-158 e na MS-112 começou em meados de fevereiro. Depois disso, o tráfego de carretas pela BR-163, em Pedro Gomes, aumentou em 8,7%

Dados relativos ao tráfego de veículos pesados na BR-163 no segundo trimestre deste ano mostram que o início da cobrança de pedágio na BR-158 e na MS-112, na região nordeste do Estado, está devolvendo milhares de caminhoneiros à BR-163, beneficiando os cofres da concessionária CCR-MS Via, que está prestes a renovar o contrato para exploração da rodovia. 

A cobrança de pedágio nas três praças da BR-158 e nas duas da MS-112, de R$ 12,90 por eixo, começou em meados de fevereiro deste ano. As rodovias serviam como uma espécie de alternativa para caminhoneiros que vão ou vem de Mato Grosso e fugiam do pedágio na rodovia federal. Na BR-163, a maior tarifa por eixo é de R$ 9,40.

Dados da CCR mostram que o tráfego de caminhões no segundo trimestre deste ano na comparação com igual período do ano passado aumentou em 8,7% na praça de pedágio da BR-163 em Pedro Gomes. E o aumento só não é maior porque neste ano a safra de grãos no estado vizinho foi menor que no ano passado. No mesmo período, o volume de carros de passeio aumentou em apenas 1%, passando de 149,6 mil veículos para 151,1 mil.

Nos meses de abril, maio e junho do ano passado foram 191.537 caminhões e carretas que pagaram pedágio na região de Sonora. Neste ano, o total aumentou para 208.305. Isso significa quase 17 mil veículos pesados a mais na 163 no segundo trimestre deste ano. Supondo que todos fossem de sete eixos, o faturamento da CCR teve incremento da ordem de R$ 820 mil somente naquela praça.

Mas, se forem levados em consideração os números relativos às nove praças, o incremento na arrecadação é muito maior. A comparação da quantidade de caminhões no segundo trimestre do ano passado com igual período de 2024 passou de 1,936 milhão para 2,053 milhões, o que representa alta de 6%. Este montante é a soma das nove praças e não significa o total de veículos, já que alguns deles são computados até nove vezes.

Levando em consideração o total de veículos na 163 no primeiro semestre inteiro com igual período do ano passado, o aumento é de apenas 2,3%, evidenciando que o tráfego de caminhões teve incremento bem superior a isso.

O crescimento de 6%% ganha mais relevância ainda se forem levados em consideração os números totais do tráfego de caminhões ao longo de toda a BR-163 no primeiro trimestre, que caiu 3,5% na comparação com igual período de 2023, passando de 1,971 milhão de caminhões para 1,900 milhão.

A principal explicação para esta queda no começo do ano é a quebra na produção de soja, tanto em Mato Grosso do Sul quanto no estado vizinho de Mato Grosso.

Mas, por conta do início da cobrança do pedágio nas rodovias que serviam de alternativa para os caminhoneiros escaparem da taxa, o movimento ao longo dos 850 quilômetros da BR-163 passou a crescer em pleno período de quebra na produção agrícola.

NOVOS PEDÁGIOS

Cinco praças de pedágio, instaladas nas rodovias MS-112 e BR-158, iniciaram a cobrança no dia 11 de fevereiro. A tarifa básica, aplicada a veículos de passeio, é de R$ 12,90,

O Governo do Estado e Grupo Way Brasil assinaram contrato de concessão da MS-112 e trechos das rodovias federais BR-158 e BR-436 no dia 23 de março de 2023.

São 412,8 quilômetros de estradas que passam pelos municípios de Cassilândia, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Inocência, Selvíria e Três Lagoas, região nordeste do Estado.

As praças de pedágio ficam localizadas entre Cassilândia e Paranaíba, entre Paranaíba e Aparecida do Taboado, entre Selvíria e Aparecida do Taboado, entre Três Lagoas e Inocência, entre Inocência e Cassilândia e perto da ponte da divisa com o estado de São Paulo.

O mesmo grupo empresarial já cobrava pedágio na MS-306, que é a principal via de acesso ao estado de Mato Grosso. A cobrança ocorre entre entre Chaladão do Sul e Cassilândia. Ela é uma espécie de continuação da BR-158 e da MS-112, a partir de Cassilândia.

Fonte: Correio do Estado