A safra recorde de grãos impulsionou a demanda por frete rodoviário no Brasil no primeiro trimestre. Essa é a conclusão do levantamento da Fretebras. A plataforma de transporte rodoviário tem 795 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas embarcadoras assinantes.
De acordo com o estudo da Fretebras, por causa do trigo houve um aumento de 57% no volume de frete, no geral. Assim, o movimento maior ocorreu no Rio Grande do Sul com 70% de expansão. Seja como for, a alta demanda por transporte de trigo fez o preço do frete desse insumo aumentar 25% no período.
O diretor da Operações da plataforma, Bruno Hacad explica que por causa da necessidade de escoar o trigo em mais quantidades, as transportadoras que atuam no agronegócio acabam procurando muito mais as plataformas digitais para contratar motoristas.
Quanto aos estados produtores, o Rio Grande do Sul obteve a sua maior safra. A área cultivada do trigo foi a maior em 42 anos, segundo a Emater. Por outro lado, o Paraná sofreu com excesso de chuvas. Assim, o Rio Grande do Sul ultrapassou o volume produtivo. Seja como for, o Brasil atingiu uma produção 24% maior em relação à temporada anterior, de acordo com a Embrapa Trigo.
São Paulo tem 20% das cargas do País
Mesmo com a alta do frete do trigo impulsionada pelo Rio Grande do Sul, o Estado de São Paulo mantém sua posição como o principal centro de transporte rodoviário de cargas do Brasil. De acordo com a Fretebras, de todo o volume de fretes registrados na plataforma em 2023, cerca de 20% têm origem ou destino no estado paulista.
Entre os diferentes tipos de cargas transportadas, o setor agrícola se destaca como o principal contribuinte dos fretes com destino a São Paulo. Assim, representa 30% das cargas. Contudo, em relação às originadas no estado, 37% são compostas por produtos industrializados.
De acordo com a Fretebras, os motoristas que transitam pela região também aproveitam uma oportunidade de mercado para aumentar o fluxo de transporte.
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