Os motoristas que atuam no setor de transporte de grãos no Brasil aderiram em massa à digitalização e têm no smartphone seu maior aliado para comunicação, operações financeiras, trabalho e lazer. Os dados foram apresentados pela Strada, fintech do setor de logística.
De acordo com Rodrigo Koelle, CEO da empresa, o estudo ouviu 536 caminhoneiros ao todo, sendo 258 (48,13%) motoristas de caminhão de frota (vinculados à CLT) e 278 (51,78%) motoristas de caminhão autônomo, e buscou entender hábitos, preferências e perspectivas, principalmente no transporte de bens a granel. “O estudo explorou temas como acesso à informação, interações em postos de combustíveis e locais de carregamentos, hábitos de pagamento e segurança”, explicou o executivo.
Segundo Koelle, estes profissionais dão preferência a meios digitais para pegar fretes, como aplicativos de carga (97%), grupos do WhatsApp (69%) e agenciadores (36%). Também para realizar suas operações financeiras, constatou-se que os caminhoneiros CLTs usam vários meios de pagamento, porém priorizam o uso do cartão (75%), contra 71% entre os caminhoneiros autônomos (TAC).
Além disso, muitos dos TAC utilizam internet móvel (45%) como principal ferramenta de rastreamento em 2024. Uma tendência observada é o uso reduzido de seguros de carga entre os TACs, diferente dos CLTs, que utilizam mais os seguros contra roubo de carga e veículo.
Ainda segundo a pesquisa, ao selecionar um posto de combustível, os entrevistados declararam que a segurança (71%) e a opção de estacionamento para pernoite (63%) são priorizadas. A qualidade das vias de acesso (57%) e infraestrutura (56%) são cruciais ao escolher um local para carregamento. A decisão de escolha de postos de serviço também é influenciada pelo preço do combustível
Já na escolha de fretes, os caminhoneiros levam em conta fatores como a velocidade de embarque e a emissão de documentos para carregamentos em fazendas.
A pesquisa, que ocorreu entre 25 de setembro e 6 de outubro, foi aplicada por canais como aplicativo, e-mail, WhatsApp e telefone. A maioria dos caminhoneiros ouvidos atua há mais de 20 anos no setor e possui, em média 43 anos de idade. Mais de 80% deles são casados ou vivem em união estável e 90% deles têm pelo menos um filho. “Ainda temos desafios, mas já podemos dizer que o caminhoneiro brasileiro entrou definitivamente na era digital, inclusive como instrumento de trabalho e obtenção de carga”, destacou Koelle.